O abismo crescente entre conhecimento e o público
Redação
Nessa oposição ancestral entre conhecimento e opinião, a filósofa e historiadora da ciência lembra a passagem no Teeteto de Platão do passeio de Tales de Mileto, que, ao observar as estrelas, cai em um buraco.
Peter Schulz -
A observação das redes sociais anuncia-se imprescindível, não tanto para controle, como pensariam muitos, mas para aprender sobre as pessoas nesse caldeirão contemporâneo, em particular sobre o “homem mediano” na definição de Eliane Brum, ao qual e a quem voltarei depois.
Nesses dias observei uma tentativa de diálogo entre um colega e um “humano mediano” nas redes sociais. O colega compartilhara um artigo que discorria sobre inconsistências e talvez outros erros em alguns posicionamentos, intenções e afirmações que têm se tornado recorrentes nos meios tradicionais de comunicação e, talvez principalmente, nas redes sociais. As falas em questão vêm dos homens e seus seguidores que chegaram repentinamente a Manarairema, uma incompleta analogia com A hora dos ruminantes de José J. Veiga.
Voltando ao evento na rede social, aparece um comentário queixoso, que dizia que o artigo compartilhado teria sido escrito por esquerdistas e que os estudiosos se acham donos da verdade só porque têm títulos, mas que a verdade seria outra. O colega tentou dialogar com notável comedimento e elegância.