Rebites não normalizados podem ter ajudado na tragédia do Titanic
Redação
Um automóvel, um avião ou um navio são compostos por diversas estruturas que devem ser unidas de maneira eficiente e segura. Uma união é normalmente desempenhada por juntas que podem ser rebites, parafusos, solda ou adesivo. A principal finalidade deles é a de resistir e transferir esforços de maneira que não sobrecarreguem a estrutura, que está sujeita a diferentes tipos de carregamento tais como: rajadas de vento, vibrações, variações de temperatura e o carregamento próprio especificado pela estrutura da máquina. Assim, o rebite é utilizado quando se deseja transferir carga por cisalhamento e o parafuso por carga axial. A principal vantagem dos parafusos é que tornam o conjunto desmontável e a do rebite é seu baixo peso. O papel das juntas neste tipo de estruturas é de grande importância já que torna viável o uso de peças intercambiáveis e de tamanho reduzido na montagem. No entanto, os rebites e os parafusos são concentradores de tensão na região da união, ficando essa área mais suscetível à ocorrência e propagação de trincas. E, devido a este fenômeno torna as juntas muitas vezes responsáveis pelas falhas estruturais. Por isso, os rebites precisam cumprir a norma técnica em sua fabricação para não haver riscos às pessoas e danos materiais aos equipamentos.
Mauricio Ferraz de Paiva -
Quando do seu lançamento em 1912, o Titanic foi considerado o maior navio de passageiros do mundo, e foi construído a partir das mais avançadas tecnologias disponíveis na época. Mas os rebites usados na sua construção podem não ter sido de boa qualidade.
Pesquisadores que investigam o naufrágio do Titanic descobriram que a construtora pode ter utilizado rebites e materiais similares de qualidade inferior, o que os torna quebradiços e propensos a fraturas. Essa suspeita se confirmou após a leitura dos arquivos do próprio construtor, projetista da Harland & Wolff – empresa responsável pelo Titanic. Na época, não estava muito fácil de encontrar fixadores de qualidade no mercado, pois foram construídos os três maiores navios do mundo de uma vez: Titanic, Olympic e Britannic. Cada um deles precisou de três milhões de rebites para fixar os materiais.
Além disso, foram recuperados 48 rebites do casco do navio para a realização de testes e simulações em computador, comparando-os com outros da mesma época. As descobertas também envolveram os locais onde os rebites foram apli...