A reciclagem de extrudados, laminados e fundidos de alumínio
Redação
O alumínio não é encontrado naturalmente na forma metálica e foi somente em 1824 que o dinamarquês Hans Christian Oersted conseguiu isolar o alumínio na forma como é hoje conhecido. Atualmente possui inúmeras aplicações como na fabricação de panelas, janelas, peças de carro, equipamentos eletrônicos, latas de bebidas, etc. É um metal reciclável que gera bom retorno financeiro para os trabalhadores e empresas que atuam nesta área. O processo de reciclagem consiste na reutilização do alumínio para a confecção de novos produtos. Grande parte do alumínio que é reciclado no Brasil tem como origem as latas de refrigerantes, cervejas e sucos. Porém, outros produtos fabricados de alumínio podem ser reciclados como, por exemplo, esquadrias, janelas, portas, componentes de eletrodomésticos, sobras das indústrias, estruturas de boxes, cadeiras, mesas, etc. A reciclagem do alumínio, devido às suas propriedades físico-químicas e por ser muito usado, gera um bom retorno financeiro para empresas especializadas. O processo de reciclagem do alumino consiste na reutilização do alumínio para a confecção de novos produtos. O que é muito mais barato e consome muito menos energia do que produzir o alumínio por meio da bauxita. O alumínio pode ser reciclado tanto a partir de sucatas como de sobras do processo produtivo. O alumínio reciclado pode ser obtido a partir de esquadrias de janelas, componentes automotivos, eletrodomésticos, latas de bebidas, entre outros. Saiba mais sobre as definições e os métodos de cálculos para determinação do conteúdo reciclado em produtos extrudados, laminados e fundidos em alumínio e suas ligas.
O alumínio é obtido a partir da bauxita. O processo de extração deste minério, assim como dos demais, é atividade que provoca intenso impacto do solo e dos corpos hídricos. Para extrair o alumínio é feito um processo de refino da bauxita que resulta em um pó branco, a alumina. Em seguida, passa por um processo eletroquímico e é transformada em alumínio.
A reciclagem de alumínio é extremamente importante e realizada em larga escala no mundo todo. Este interesse na reciclagem de alumínio está relacionado as suas propriedades, que fazem com que este metal seja um dos mais utilizados pelo homem. Dentre os principais atributos do alumínio, possui resistência à corrosão, condutibilidade, impermeabilidade e opacidade, alta relação resistência/peso, moldabilidade e soldabilidade, e baixa resistência mecânica.
O alumínio reciclado tem origem em diversas fontes de resíduos. As principais fontes de sucatas são os blocos de motores, fios e cabos, chaparia, perfis e as latas de bebidas. A reciclagem do alumínio, realizada em larga escala, está baseada na pirometalurgia, ou seja, em processos térmicos. Há algumas etapas que devem ser realizadas para reciclar alumínio. Primeiro, a coleta e separação dos resíduos e sucatas. Depois, é realizada a cominuição e normalmente uma separação magnética, a fim de remover possíveis contaminantes ferrosos. Na sequência, as sucatas são prensadas e estão prontas para o processo de fusão.
A fundição é realizada em fornos com adição de sais (NaCl e KCl). Uma das funções dos sais adicionados no forno junto com a carga de sucatas é evitar a oxidação do alumínio fundido. O alumínio é vazado e normalmente é solidificado na forma de tarugos para posterior processo de transformação em chapas, barras, fios e perfis.
Já as latas de alumínio são usadas em larga escala pelas indústrias. Caso estas latinhas não fossem recicladas, seus prováveis destinos de descarte seriam os aterros sanitários ou, na pior das hipóteses, rios e terrenos. Como elas levam entre 100 e 500 para se decompor no solo, a poluição gerada por elas seria imensa com grandes prejuízos ambientais. Portanto, a reciclagem destas latas é de fundamental importância para o meio ambiente.
Milhares de catadores de materiais recicláveis, organizados em cooperativas, vivem atualmente desta atividade. Grande parte da renda destes trabalhadores tem como origem a reciclagem de latinhas de alumínio. Portanto, esta atividade é importante na geração de emprego e renda no Brasil. Vale lembrar também que há no Brasil muitas empresas de reciclagem de alumínio. Estas empresas também geram muitos empregos.
O processo de reciclagem de alumínio é muito mais barato e consome menos energia do que a produção primária deste metal (usando a mineração da bauxita, que é a matéria-prima). As latas e outros materiais de alumínio, que já foram usados e descartados, são encaminhados para a reciclagem. A coleta seletiva do lixo é de fundamental importância nesta etapa inicial, pois separa o lixo orgânico do reciclável. Depois disso, ocorre a separação das impurezas; todo alumínio é picotado; esse material já limpo é fundido a 700ºC; o processo de fundição (derretimento) gera o alumínio líquido; e o alumínio líquido é transformado em lingotes ou chapas de alumínio. Depois, são vendidos para as indústrias que fabricam produtos e embalagens de alumínio. Assim, o material retorna a cadeia produtiva.
A NBR 16598 de 04/2017 - Alumínio e suas ligas - Definições e métodos de cálculo para determinação do conteúdo reciclado em produtos extrudados, laminados e fundidos estabelece as definições e métodos de cálculos para determinação do conteúdo reciclado em produtos extrudados, laminados e fundidos em alumínio e suas ligas. O alumínio se apresenta como um metal altamente reciclável, face a simplicidade na tecnologia envolvida no seu processo de fusão, o que torna a sua recuperação altamente viável do ponto de vista comercial. Tendo em vista que um importante aspecto da sustentabilidade é a possibilidade de reciclagem dos materiais, entendeu-se como necessária a padronização dos conceitos e métodos específicos de cálculos para definição do conteúdo reciclado para produtos em alumínio e suas ligas.
Esta norma prevê que os benefícios serão: os rótulos e declarações de conteúdo reciclado de alumínio precisos, verificáveis e que não sejam enganosos; o aumento do potencial para que as forças de mercado estimulem melhorias ambientais na produção, nos processos e nos produtos; a prevenção ou minimização de declarações não garantidas; redução de distorções no mercado; e a uniformização das declarações de conteúdo reciclado para certificações ambientais de edifícios e outras aplicáveis. Algumas definições são importantes para entender a alcance dessa norma.
O material reciclável em alumínio é o produto, embalagem ou componente associado de alumínio que pode ser desviado do fluxo de resíduos metálicos por meio de processos e de programas disponíveis e que pode ser coletado, processado e retornado para o uso na forma de matérias-primas. O rótulo de conteúdo reciclado de alumínio - declaração de conteúdo reciclado de alumínio é um texto, símbolo ou gráfico que indica o conteúdo reciclado de um produto, componente ou embalagem de alumínio, o qual menciona a origem do material, se é pré ou pós-consumo.
Um rótulo ou uma declaração de conteúdo reciclado de alumínio pode ser feita em rótulos de produtos ou em embalagens, por meio de literatura sobre o produto, boletins técnicos, propaganda, publicidade, bem como mídia digital ou eletrônica. A verificação da declaração de conteúdo reciclado de alumínio é a confirmação da validade de uma declaração de conteúdo reciclado de alumínio utilizando critérios e procedimentos específicos predeterminados, assegurando a confiabilidade dos dados. O run around scrap (RAS) é o material metálico, cuja geração seja inerente ao processo, como massalotes, retalhos, cavacos, pontas e outros, ou em decorrência do rejeito de um determinado produto semiacabado.
O limite das etapas produtivas onde ocorre a geração do RAS se encontra detalhado no Anexo B. Todo resíduo metálico que tenha sido gerado em uma unidade produtiva, e que venha a ser processado em outra, será considerado como material reciclado p ré-consumo, e não como RAS. Os rótulos e declarações de conteúdo reciclado de alumínio estimulam a demanda e o fornecimento de materiais que causem menos impacto sobre o meio ambiente, aumentando o potencial para uma melhoria ambiental contínua orientada para o mercado, por meio da comunicação de informações precisas, verificáveis e não enganosas, sobre conteúdo reciclado de alumínio no produto, embalagem ou componente associado.
Os rótulos e declarações de conteúdo reciclado de alumínio e quaisquer textos explicativos estão a vários requisitos a seguir. Devem ser precisos e não enganosos; devem ser fundamentados em documentação que permita rastreabilidade; devem ser relevantes para aquele produto em particular, e usadas apenas em um contexto ou cenário adequado; devem ser apresentados de uma forma que indiquem claramente se o rótulo ou a declaração se aplicam ao produto completo ou apenas a um componente do produto ou da embalagem, ou a um elemento de um serviço; devem ser específicos quanto ao conteúdo de alumínio reciclado declarado. Além disso, não podem ter a possibilidade de resultar em interpretação equivocada e devem ser apresentados de forma que não dê a entender que o produto seja garantido ou certificado por uma organização independente de terceira parte quando não o for. Devem ser restritos ao percentual de material sob controle e responsabilidade do declarante.
No caso de matérias primas fornecidas por terceiros, somente podem ser consideradas as informações declaradas e documentadas pela fonte, de acordo com esta norma. Também, devem possuir documentação relativa às informações neles contidas, as quais devem ser mantidas pelo declarante e devem ser relativos ao período no qual o material foi produzido ou ao conteúdo reciclado para determinado (s) lote (s). As informações devem ser sempre trimestrais, quando a empresa optar pela utilização por período, identificando pelo número do trimestre e ano (por exemplo 1°/2016), sendo que os trimestres devem estar distribuídos ao longo do ano da seguinte forma: 1°/ano: meses de janeiro, fevereiro e março; 2°/ano: meses de abril, maio e junho; 3°/ano: meses de julho, agosto e setembro, e 4°/ano: meses de outubro, novembro e dezembro.
Eles não podem ser vagos ou não específicos. Portanto, rótulos e declarações de conteúdo reciclado de alumínio como: “ambientalmente seguro”, “amigo do meio ambiente”, “amigo da terra”, “não poluente”, “verde”, “amigos da natureza”, “amigo da camada de ozônio” e similares não podem ser utilizados. No Anexo A encontram-se modelos informativo da autodeclaração de conteúdo reciclado em alumínio. O autor da autodeclaração deve ser responsável pelo fornecimento de dados necessários para a verificação das autodeclarações de conteúdo reciclado de alumínio, como documentos que referenciem a quantidade de material processado no período ou no (s) lote (s), bem como a descrição deste.
A responsabilidade do autor da autodeclaração não é diminuída por meio da substituição de termos análogos. O conteúdo de material reciclado de alumínio deve ser calculado a partir da utilização da massa total de alumínio utilizado na produção em uma dada unidade produtiva no período ou lote (s) específico (s). Não pode ser considerada quantidade de material adquirido e/ou em estoque, e sim, o volume que tenha sido de fato transformado pelo processo produtivo.
O material reciclado pré-consumo consiste no material desviado do fluxo de resíduos metálicos, ainda no processo de manufatura, na mesma unidade produtiva ou em outra, sendo utilizado em um processo diferente daquele que o gerou, antes de chegar ao usuário final. O conteúdo reciclado pré-consumo é definido como a relação entre a quantidade de material reciclado pré-consumo e a quantidade total de alumínio transformado. O Anexo B mostra com maiores detalhes as fronteiras onde um material reciclado é considerado como pré-consumo.
O material reciclável rejeitado durante o processo produtivo pode ser considerado material RAS (run around scrap) ou material reciclável pré-consumo, enquanto o material descartado após sua utilização final é considerado material reciclável pós-consumo. A figura abaixo visa esclarecer as fronteiras entre os três tipos de resíduos metálicos de alumínio, de forma a garantir que os cálculos apresentados na Seção 5 desta norma sejam realizados de maneira correta. Todo resíduo metálico, o qual tenha sido gerado em uma unidade produtiva, e que venha a ser processado em outra, deve ser considerado como pré-consumo, e não como RAS.
Do descarte a reutilização (fabricação de produtos com alumínio reciclável), o processo dura de 30 a 40 dias. Importante observar que a reciclagem de um quilo de alumínio economiza a extração de cerca de quatro quilos de bauxita. O processo de reciclagem de alumínio utiliza apenas cerca de 7% da energia elétrica usada na produção primária deste metal e para gerar um quilo de alumínio são necessárias cerca de 75 latinhas. Entre os países em que a reciclagem deste metal não é obrigatória, o Brasil é o maior reciclador de alumínio do mundo. Cerca de 98% do alumínio produzido no país volta para a cadeia produtiva por meio da reciclagem. São mais de 360.0000 t que passam pelo processo de reciclagem no país anualmente.
Hayrton Rodrigues do Prado Filho