A Qualidade do transporte de cargas no Brasil
Redação
A maior parte da matriz do transporte de cargas do Brasil, cerca de 65%, concentra-se no rodoviário e isso é um desafio em um país com muitos km² de área a ser percorrida.
Hayrton Rodrigues do Prado Filho –
O recente locaute dos transportadores de cargas revelou a realidade desse tipo de transporte no Brasil: as grandes transportadoras que controlam a maior parte dos fretes e o autônomo que, segundo a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), tem idade média de 44 anos, está acima do peso, é sedentário, tem baixa escolaridade, trabalha mais de 11 horas por dia. Possui uma remuneração mensal média de menos de quatro mil reais e acredita que sua renda está em queda.
Quase metade deles está endividada e a maioria acredita que a diminuição da demanda é causada pela crise econômica e, mesmo antes da mudança da política de preços da Petrobras, 46% já apontavam o preço do combustível como um dos grandes problemas. Porém, um fato é real: qualquer consumidor sabe o que espera dos produtos que compra, querem produtos que cada dia atendam melhor às suas necessidades, os querem quando necessitam, a um preço adequado e com altos níveis de qualidade. O pior: esse desejo dos cidadãos é diretamente proporcional à circulação dos caminhões pelas péssimas estradas brasileiras.
Quanto à infraestrutura rodoviária, o Brasil possui 1.720.756 km de rodovias, dos quais apenas 211.468 km são pavimentados (12,3%). A densidade de infraestrutura rodoviária é de 24,8 km por 1.000 km² de área. Os EUA, por exemplo, têm 438,1 km por 1.000 km² de área. Já os acidentes registrados nas rodovias federais em 2016 geraram um p...