Publicado em 27 out 2020

A quantificação dos gases de efeito estufa (GEE) para uma organização

Redação

Os GEE são substâncias gasosas que absorvem parte da radiação infravermelha, emitida principalmente pela superfície terrestre, e dificultam sua saída para o espaço. O efeito estufa é um fenômeno natural e possibilita a vida humana na Terra. Parte da energia solar que chega ao planeta é refletida diretamente de volta ao espaço, ao atingir o topo da atmosfera terrestre - e parte é absorvida pelos oceanos e pela superfície do planeta, promovendo o seu aquecimento. Uma parcela desse calor é irradiada de volta ao espaço, mas é bloqueada pela presença de gases de efeito estufa que, apesar de deixarem passar a energia vinda do Sol (emitida em comprimentos de onda menores), são opacos à radiação terrestre, emitida em maiores comprimentos de onda. Essa diferença nos comprimentos de onda se deve às diferenças nas temperaturas do Sol e da superfície terrestre. De fato, é a presença desses gases na atmosfera o que torna a Terra habitável, pois, caso não existissem naturalmente, a temperatura média do planeta seria muito baixa, da ordem de - 18ºC. A troca de energia entre a superfície e a atmosfera mantém as atuais condições, que proporcionam uma temperatura média global, próxima à superfície, de 14ºC. Quando existe um balanço entre a energia solar incidente e a energia refletida na forma de calor pela superfície terrestre, o clima se mantém praticamente inalterado. Entretanto, o balanço de energia pode ser alterado pela mudança na quantidade de energia que chega à superfície terrestre; pela mudança na órbita da Terra ou do próprio Sol; pela mudança na quantidade de energia que chega à superfície terrestre e é refletida de volta ao espaço, devido à presença de nuvens ou de partículas na atmosfera (também chamadas de aerossóis, que resultam de queimadas, por exemplo); e pela alteração na quantidade de energia de maiores comprimentos de onda refletida de volta ao espaço, devido a mudanças na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. As emissões de GEE ocorrem praticamente em todas as atividades humanas e setores da economia: na agricultura, por meio da preparação da terra para plantio e aplicação de fertilizantes; na pecuária, por meio do tratamento de dejetos animais e pela fermentação entérica do gado; no transporte, pelo uso de combustíveis fósseis, como gasolina e gás natural; no tratamento dos resíduos sólidos, pela forma como o lixo é tratado e disposto; nas florestas, pelo desmatamento e degradação de florestas; e nas indústrias, pelos processos de produção, como cimento, alumínio, ferro e aço, por exemplo. Basicamente, o dióxido de carbono (CO2) é o mais abundante dos GEE, sendo emitido como resultado de inúmeras atividades humanas como, por exemplo, por meio do uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) e também com a mudança no uso da terra. O gás metano (CH4) é produzido pela decomposição da matéria orgânica, sendo encontrado geralmente em aterros sanitários, lixões e reservatórios de hidrelétricas (em maior ou menor grau, dependendo do uso da terra anterior à construção do reservatório) e também pela criação de gado e cultivo de arroz. O óxido nitroso (N2O) provém do tratamento de dejetos animais, do uso de fertilizantes, da queima de combustíveis fósseis e de alguns processos industriais. O hexafluoreto de enxofre (SF6) é utilizado principalmente como isolante térmico e condutor de calor. O hidrofluorcarbonos (HFC), utilizados como substitutos dos clorofluorcarbonos (CFC) em aerossóis e refrigeradores; não agridem a camada de ozônio, mas têm, em geral, alto potencial de aquecimento global. Os perfluorcarbonos (PFC) são utilizados como gases refrigerantes, solventes, propulsores, espuma e aerossóis. Uma empresa deve entender os princípios, conceitos e métodos relativos à quantificação e elaboração de relatórios de emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa (GEE), a fim obter as orientações para a aplicação da NBR ISO 14064-1 para inventários de gases de efeito estufa no nível da organização, para a quantificação e elaboração de relatórios das emissões diretas, emissões indiretas de energia e outras emissões indiretas.

Hayrton Rodrigues do Prado Filho – 

O efeito estufa é um processo importante para a existência da vida na Terra, pois, sem ele, a temperatura média do planeta seria em torno de - 18°C. Para efeito de comparação, a temperatura média global próxima à superfície é de 14ºC. Se hoje há vida é devido ao efeito estufa que mantém o planeta habitável. No efeito estufa, a radiação solar que atinge a atmosfera interage com os gases ali presentes.

Nessa interação, os chamados GEE absorvem a radiação solar e passam a emitir de volta para a superfície terrestre a radiação infravermelha, ou, melhor dizendo, calor. Somente parte desse calor consegue sair da atmosfera e voltar para o espaço - e é assim que a Terra consegue manter sua temperatura. O dióxido de carbono (CO2) entra na atmosfera por meio da queima de combustíveis fósseis (carvão, gás natural e petróleo), resíduos sólidos, árvores e outros materiais biológicos, e também como resultado de certas reações químicas (por exemplo, fabricação de cimento). O dióxido de carbono é removido da atmosfera sequestrado quando é absorvido pelas plantas como parte do ciclo biológico do carbon...

Artigo atualizado em 27/10/2020 01:22.

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