Publicado em 23 dez 2025

O mieloma múltiplo tem origem na medula óssea

Redação

O mieloma múltiplo é uma neoplasia maligna de plasmócitos provenientes da medula óssea que, de acordo com a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2020, foi responsável por 176.404 novos casos e 117.077 óbitos. A incidência mundial, neste mesmo ano, foi de 1,8 casos/100 mil habitantes com taxa de mortalidade mundial de 1,1 óbitos/100 mil habitantes.

O mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia maligna que se origina de plasmócitos, que são células do sistema imunológico localizadas na medula óssea. Essa condição é caracterizada pela proliferação anormal de células plasmáticas, levando a uma série de complicações, incluindo a produção excessiva de proteínas monoclonais, que podem causar danos a órgãos e tecidos.

A sua origem é proveniente da medula óssea, as células afetadas são os plasmócitos e as complicações incluem a hipercalcemia, anemia, insuficiência renal e lesões ósseas. O diagnóstico do mieloma múltiplo é confirmado através de uma combinação de exames laboratoriais e de imagem, que incluem o aspirado de medula óssea que é uma avaliação da presença de células plasmáticas clonais.

A eletroforese de proteínas serve para detectar a presença de proteínas monoclonais e os exames de imagem servem para identificar a lesões ósseas. O tratamento pode incluir quimioterapia, terapia com medicamentos imunomoduladores, e, em alguns casos, transplante de células-tronco.

O MS-PCDT: Mieloma Múltiplo (DDT) aponta que, na América do Sul, a incidência foi de 2,0 casos/100 mil habitantes e a taxa de mortalidade foi de 1,5 óbitos a cada 100 mil habitantes No Brasil, dados do Painel Oncologia Brasil mostram que, entre 2013 e 2019, foram diagnosticados cerca de 2.600 casos de MM, anualmente, estimando-se 1,24 casos/100 mil habitantes. Os principais fatores de risco para MM são idade, sexo masculino, etnia e histórico familiar.

Em relação à idade, apenas 15% dos diagnósticos são realizados em pessoas com menos de 55 anos, enquanto mais de 60% dos diagnósticos acontecem em adultos com mais de 65 anos. A incidência de MM é 1,5 vezes maior em homens do que em mulheres; 2 vezes maior em pessoas afro-americanas do que em caucasianas, enquanto asiáticos e nascidos nas ilhas do Pacífico Sul apresentam riscos menores.

Também existe forte associação de risco entre parentes de primeiro grau, especialmente em homens e afro-americanos. No Brasil, dados do Observatório de Oncologia apontam uma mediana de idade destes pacientes de 63 anos, com variação de 18 a 100 anos.

Algumas condições clínicas também estão associadas ao maior risco de desenvolver MM, tais como a gamopatia monoclonal de significado indeterminado (GMSI), o plasmo citoma solitário e o MM latente. Indivíduos com GMSI, com mais de 1,5 g/dL de proteína M e razão alterada de dosagem de cadeias kappa/lambda leves livres séricas, apresentam risco aumentado entre 20% e 30% de desenvolverem MM ativo em 20 anos. O plasmocitoma solitário, em especial o plasmocitoma ósseo, apresenta risco maior que o plasmocitoma extramedular na evolução para o MM (35% e 7%, respectivamente, em dois anos).

Já o MM latente apresenta um risco de progressão entre 70% e 80% em dois anos, com taxas decrescentes em função do tempo. O MM é classicamente descrito como síndrome “CRAB”, acrônimo, do inglês, que resume as principais manifestações clínicas da doença: hipercalcemia (Calcium elevation), insuficiência renal (Renal failure), anemia (Anemia) e doença óssea (Bone disease).

A doença é caracterizada pela proliferação descontrolada de plasmócitos, que pode causar sinais e sintomas localizados, de acordo com o sítio de proliferação (principalmente ossos), e sistêmicos, que ocorrem pelo excesso dessas células na corrente sanguínea. Cerca de 73% dos pacientes apresentam anemia ao diagnóstico, que está associada à fadiga em 32% dos casos. Outras manifestações observadas são dores ósseas (58%), perda de peso (28%), parestesia (5%) e febre (0,7%).

Por apresentar grande carga de sintomas, o MM pode comprometer a qualidade de vida e a capacidade funcional dos pacientes, desde os estágios iniciais da doença, até os mais avançados. Os pacientes relatam alterações em todos os domínios relacionados à qualidade de vida, como aspectos emocionais, capacidade física (mobilidade, lazer, passatempo e atividade sexual), aspectos cognitivos e sociais (rede de apoio familiar; institucional e financeiro). As principais queixas físicas incluem formigamento nas mãos e nos pés, dores osteomusculares e tontura, além de ansiedade, depressão e fadiga que requerem atenção dos profissionais de saúde.

 

Artigo atualizado em 16/12/2025 03:41.
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