Substituindo peixes por plástico
Redação
Luiz Marques é professor livre-docente do Departamento de História do IFCH /Unicamp. Pela editora da Unicamp, publicou Giorgio Vasari, Vida de Michelangelo (1568), 2011 e Capitalismo e Colapso ambiental, 2015, 2ª edição, 2016. Coordena a coleção Palavra da Arte, dedicada às fontes da historiografia artística, e participa com outros colegas do coletivo Crisálida, Crises Socioambientais Labor Interdisciplinar Debate & Atualização (crisalida.eco.br) – Publicado originalmente no Jornal da Unicamp.
Luís Marques -
Uma economia ecoeficiente, com generalização da engenharia reversa, reciclagem, reutilização e refabricação, permitiria reduzir tendencialmente a zero a extração de novos recursos naturais e o descarte. Tal é o sonho do capitalismo sustentável, do qual a figura 1 brutalmente nos desperta.
Fonte: Daniel Hoornweg, Perinaz Bhada-Tata, Chris Kennedy, “Environment: Waste production must peak this century”. Nature, 30/X/2013; Joseph Stromberg, “When will we hit peak garbage?”. Smithsonian.com 30/X/2013 http://www.smithsonianmag.com/science-nature/when-will-we-hit-peak-garbage-7074398/O lixo urbano (RSU) cresce ao longo do século XX e acelera-se após 2000, superando 3,5 milhões de toneladas por dia em 2010 (quase 1,3 Gigatoneladas ao ano) e 6 milhões em 2025. Mesmo no melhor dos três cenários futuros (linha cinza), ele deve superar a marca dos 8 milhões de toneladas de lixo por dia em 2050 (2,9 Gigatoneladas ao ano), um crescimento de mais de 100%, quando a população deve crescer “apenas” 40% no mesmo período (de 7 bilhões em 2012 para 9,8 bilhões em 2050, segundo a última Revisão da Population Prospects, da ONU).
Parte considerável desse lixo é ...