A sustentabilidade da indústria do couro
Redação
A indústria do couro envolve muitos riscos tanto para o meio ambiente quanto para as pessoas que trabalham nela. A maior ameaça envolve o despejo de lixo sólido e líquido, que contêm restos de cromo e outros componentes prejudiciais. Isso acontece muito em regiões onde o couro é curtido, como a China, Índia e Bangladesh. Curtir uma tonelada de couro costuma resultar de 20 a 80 m³ de água com concentrações de cromo de 250 mg/L e concentração de sulfeto de aproximadamente 500 mg/L. Usa-se pesticidas para reduzir o crescimento de fungos durante o transporte até o curtume e 70% da pele não tratada é descartada como lixo sólido. Os pelos, a gordura, a carne, os tendões vão direto para o lixo. A água usada para lavar o couro tem resíduos – pedaços de carne, pelos, bolor, cocô e outros subprodutos animais – que não é descartada de forma apropriada. Será que essa indústria tem solução para a sustentabilidade?
Hayrton Rodrigues do Prado Filho –
O couro é um material originado da pele animal e possui um conjunto de propriedades físicas e estéticas que proporcionam alta durabilidade e estabilidade em relação à variação da temperatura e umidade dos produtos em que é aplicado. Devido a essas vantagens, o couro está presente na indústria de calçados, mobiliário, automobilística, tapeçaria, vestuário, etc.
As propriedades do couro são resultados de sua natureza aliadas aos tratamentos químico e mecânico a que é submetido. O processo de curtimento à base de cromo é o mais utilizado atualmente. O Brasil é um dos maiores produtores de couro no mundo. A média anual gira em volta de R$ 6 bilhões em produção – equivalente a 0,29% do valor total da produção da indústria brasileira de transformação.
São 310 curtumes espalhados pelas cinco regiões do Brasil, com destaque para o Sul, que concentra 149 unidades, e em particular para o estado de Santa Catarina, responsável por 2,9%, do total das ven...