As linhas de cuidado podem apoiar no acesso ao tratamento em saúde mental
Redação
Todos devem entender a importância das linhas de cuidado em saúde mental. Como o Brasil tem poucos psiquiatras para a quantidade de pessoas sofrendo com depressão e ansiedade, a maioria dos pacientes são atendidos por não-especialistas, que, paradoxalmente, não estão preparados para lidar com esses casos. Com esse cenário em mente, as linhas de cuidado visam diversificar os profissionais capacitados para identificar e tratar essas doenças a fim de gerar mais acesso para a população a cuidados com a saúde.

Alberto José Niituma Ogata –
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), praticamente um bilhão de pessoas é portadora de alguma condição mental diagnosticável, em especial a ansiedade e a depressão. Apesar de não haver dados de como elas impactam na mortalidade global, pessoas com condições não-transmissíveis são três vezes mais suscetíveis a desenvolverem depressão.
Portanto, é possível concluir que elas compõem o quadro de morbidade das doenças cardiovasculares e do câncer, que são as principais causas de morte no Brasil. É fato que precisamos diagnosticar e tratar os pacientes de condições de saúde mental. No entanto, a jornada desse paciente é complexa.
Frequentemente, o primeiro atendimento é com especialistas em doenças físicas, pois há queixas associadas, como dores, distúrbios do sono e problemas digestivos. Um estudo realizado com um banco de dados de operadoras privadas de saúde apontou que, no período de quatro anos, cerca de 90% dos pacientes não tiveram nenhuma consulta com o psiquiatra no segmento, sendo comum a procura de ortopedistas, ginecologistas e cardiologistas.
Como esses profi...