Publicado em 05 ago 2025

O tratamento indicado para a psoríase

Redação

A a psoríase como uma doença sistêmica inflamatória crônica, não contagiosa, que apresenta frequentemente manifestações cutâneas, ungueais e articulares. Costuma ter características clínicas variáveis e um curso recidivante.

O tratamento varia conforme a gravidade da condição. A psoríase leve deve ter um tratamento tópico que é iniciado com a hidratação da pele e uso de corticosteroides tópicos, como clobetasol (potência alta) e o dexametasona (potência média).

Se houver boa resposta, pode-se reduzir a frequência do corticosteroide e manter com emolientes/hidratantes ou pomadas de alcatrão ou ácido salicílico. Se não houver melhora, considerar a adição de calcipotriol.

A psoríase moderada a grave deve ter um tratamento tópico, com a continuação dos corticosteroides tópicos e considerar a fototerapia. O tratamento sistêmico inclui os medicamentos de primeira linha, como o metotrexato (MTX), acitretina e ciclosporina e os medicamentos biológicos, como o adalimumabe, etanercepte, risanquizumabe, secuquinumabe e ustequinumabe, especialmente se houver falha nos tratamentos anteriores.

A fototerapia deve ser feita com UVB de faixa estreita e é considerada de primeira linha para psoríase moderada e grave, indicada para pacientes que não toleram tratamento tópico ou que apresentam grande comprometimento da qualidade de vida. O tratamento deve ser individualizado, levando em conta a resposta do paciente e possíveis efeitos adversos. A psoríase é uma condição crônica, e o manejo pode incluir a combinação de diferentes terapias para otimizar os resultados.

O MS-PCDT: Psoríase de 2025 avalia a psoríase como uma doença sistêmica inflamatória crônica, não contagiosa, que apresenta frequentemente manifestações cutâneas, ungueais e articulares. Costuma ter características clínicas variáveis e um curso recidivante. Acomete cerca de 2% da população mundial, com sua prevalência variando muito entre os países.

No Brasil, os dados disponíveis do Censo Dermatológico da Sociedade Brasileira de Dermatologia mostram que o diagnóstico de psoríase foi verificado em 1.349 de um total de 54.519 pessoas que consultaram dermatologistas em estabelecimentos públicos e privados, totalizando 2,5% dessa amostra. Estudo mais recente, realizado por consulta telefônica, mostrou uma prevalência de 1,31% de uma amostra de 8.947 pessoas em 3.002 residências pesquisada.

Pode ser uma doença incapacitante tanto pelas lesões cutâneas - fator que dificulta a inserção social - quanto pela presença da forma articular que configura a artrite psoríaca. A fisiopatologia não está completamente elucidada, sendo a psoríase classificada como uma doença autoimune.

O papel de mecanismos imunitários é documentado pela presença de linfócitos T ativados e macrófagos, bem como pela resposta a terapias imunossupressoras. A presença de mediadores inflamatórios, como as citocinas, fator de necrose tumoral alfa, interferona gama, endotelina-1 e eicosanoides, entre outros, também foi verificada.

A predisposição genética é um fator relevante na gênese da psoríase. A herança é poligênica, com risco de cerca de 10 vezes maior para parentes de primeiro grau. Os marcadores identificados até o momento estão associados aos antígenos leucocitários HLA Cw6, B13, Bw57, DR7 e B27. No entanto, muitos outros genes e polimorfismos têm sido estudados.

A doença leva ao aumento da morbidade, influenciando negativamente a qualidade de vida dos pacientes afetados e ocasiona significativo impacto para o sistema de saúde. A psoríase caracteriza-se pelo surgimento de placas eritemato-escamosas, de dimensões variadas, com bordas bem delimitadas e graus variáveis de acúmulo de escamas. As escamas são branco-prateadas, secas e aderidas e deixam pontilhado sanguinolento ao serem removidas.

As lesões na forma de placas (psoríase vulgar) são simétricas e localizam-se preferencialmente nas superfícies extensoras dos joelhos, cotovelos, couro cabeludo e região lombossacra. Entretanto, todo o tegumento pode ser acometido. Pode ocorrer em qualquer idade. Geralmente tem início entre a terceira e quarta décadas de vida, mas alguns estudos descrevem uma ocorrência bimodal, com picos até os 20 anos e após os 50 anos.

Cerca de 80% dos casos são considerados leves a moderados e melhoram com tratamento tópico e os casos considerados graves correspondem a 20%-30% e frequentemente necessitam de terapêutica sistêmica. A psoríase é recidivante, e os fatores desencadeantes podem ser o clima frio, infecções (estreptococo, HIV), estresse e fármacos (bloqueadores adrenérgicos, antimaláricos, lítio, inibidores da enzima conversora de angiotensina, sais de ouro, interferona alfa, corticosteroides sistêmicos e anti-inflamatórios não esteroidais), entre outros.

 

Artigo atualizado em 05/08/2025 05:35.

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