Publicado em 28 out 2025

As estratégias para vencer a doença renal crônica

Redação

Essa doença é uma condição clínica definida pela presença de anormalidade estrutural ou funcional renal, durante um período de pelo menos três meses, com a perda progressiva da função dos néfrons e consequente perda de sua capacidade de filtrar o sangue e manter a homeostase. As diversas funções renais, como a excreção de produtos finais de diversos metabolismo s, produção de hormônios, controle do equilíbrio hidroeletrolítico, do metabolismo ácido-básico e da pressão arterial, são gradativamente impactadas.

A doença renal crônica (DRC) é uma condição clínica caracterizada pela perda progressiva da função renal, que pode levar a complicações graves e à necessidade de terapia renal substitutiva. Para vencer ou atenuar a progressão da DRC, é fundamental adotar estratégias que envolvem tanto intervenções medicamentosas quanto não medicamentosas.

Uma das estratégias para atenuar a progressão da doença renal crônica é o tratamento medicamentoso com inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e os bloqueadores de receptores da angiotensina (BRA). Esses medicamentos são recomendados para pacientes com DRC, especialmente aqueles com hipertensão e albuminúria elevada.

A dapagliflozina é indicada como complemento ao tratamento padrão para pacientes com DRC e diabetes tipo 2, ajudando a preservar a função renal. Algumas mudanças no estilo de vida:, como a dieta com a restrição de proteínas (0,8 g/kg/dia) e sódio (<2 g/dia) é recomendada para reduzir a carga sobre os rins e melhorar a saúde geral.

A prática regular de exercícios físicos, conforme a capacidade do paciente, é essencial para a saúde cardiovascular e controle de peso. Deve-se monitorar a taxa de filtração glomerular (TFG), níveis de eletrólitos e outros marcadores de função renal é crucial para ajustar o tratamento e prevenir complicações.

Envolver uma equipe de saúde que inclua nefrologistas, nutricionistas e enfermeiros para um cuidado integral. Deve-se fazer a identificação e o controle de fatores de risco, como o controle de diabetes e hipertensão, mantendo a glicemia e a pressão arterial dentro dos limites recomendados é fundamental para retardar a progressão da DRC.

Informar os pacientes sobre a importância do autocuidado e do reconhecimento de sinais de agravamento da doença. O suporte emocional é importante, pois a DRC pode impactar significativamente a qualidade de vida e o bem-estar psicológico do paciente.

Essas estratégias, quando implementadas de forma integrada, podem ajudar a retardar a progressão da DRC e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. É importante que as intervenções sejam personalizadas de acordo com o estágio da doença e as necessidades individuais de cada paciente.

MS-PCDT: Estratégias para Atenuar a Progressão da Doença Renal Crônica detalha que, apesar dos néfrons suportarem aumento transitório na carga de filtração glomerular, as elevações persistentes da taxa de filtração glomerular (TFG) e da pressão de filtração (hipertensão glomerular) desencadeiam processos inflamatórios deletérios e estresse oxidativo que culminam com a esclerose glomerular e a fibrose túbulo-intersticial, ou seja, com a DRC e sua progressão. Diferentes mecanismos podem estar envolvidos na fisiopatologia e progressão da DRC, sendo múltiplas as causas e o s fatores prognósticos.

Além disso, muitos fatores estão associados tanto à etiologia quanto à progressão da perda de função renal, sendo considerados fatores de risco para o desenvolvimento e a progressão da doença, como  diabetes; hipertensão; senilidade; obesidade; antecedentes de doença do aparelho circulatório (doença coronariana, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, insuficiência cardíaca); histórico de DRC na família; tabagismos; uso de agentes nefrotóxicos; doenças glomerulares; e doenças genéticas (incluindo a doença renal policística autossômica dominante).

Atualmente, a DRC se destaca como um problema de saúde pública devido à sua prevalência crescente, morbimortalidade elevada e altos custos demandados para a manutenção dos pacientes renais crônicos dialíticos nas diversas modalidades de terapia renal substitutiva (TRS) existentes (hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal). Em 2017, um total de 697,5 milhões de casos de DRC foram descritos em todo o mundo, gerando uma prevalência estimada da doença de 9,1%.

Cerca de um terço de todos esses casos eram procedentes da China (132,3 milhões) e da Índia (115,1 milhões). Países como Bangladesh, Brasil, Indonésia, Japão, México, Nigéria, Paquistão, Rússia, Estados Unidos da América (EUA) e Vietnã contribuíram, cada um, com mais d e 10 milhões de casos da doença.

No Brasil, cerca de dez milhões de pessoas têm alguma disfunção renal e a prevalência de DRC é de 50/100.000 habitantes. Um estudo prospectivo multicêntrico Prevenir a progressão da DRC, utilizando todos os esforços medicamentosos e não medicamentosos para a preservação da TFG tem impacto positivo na redução de desfechos de morbimortalidade e deve ser realizada de acordo com o estágio da DRC.

Nesse contexto, a identificação de fatores de risco da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à atenção primária um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos. Na maior parte do tempo, a DRC é assintomática, o que evidencia-se a relevância da realização da prevenção dos fatores de risco, do rastreamento e do diagnóstico precoce de DRC na atenção primária à saúde (APS), especialmente no que concerne às pessoas com hipertensão arterial sistêmica e diabete melito.

Artigo atualizado em 21/10/2025 04:54.
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