Publicado em 04 nov 2025

Os problemas causados pela artrite reumatoide

Redação

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica de etiologia desconhecida. Ela causa destruição articular irreversível pela proliferação de macrófagos e fibroblastos na membrana sinovial após estímulo possivelmente autoimune ou infeccioso.

A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica que pode causar uma série de problemas e complicações, tanto articulares quanto extra-articulares. Alguns dos principais problemas associados à AR incluem a inflamação na membrana sinovial, levando à destruição das articulações, o que pode resultar em deformidades permanentes.

Os pacientes frequentemente experimentam rigidez nas articulações, especialmente pela manhã, que pode durar várias horas. A dor nas articulações é um sintoma comum, acompanhada de inchaço e sensibilidade ao toque.

A AR pode afetar outros órgãos, como pulmões (doença reumatoide do pulmão), coração (doenças cardiovasculares), e rins. Pode causar a inflamação dos vasos sanguíneos que pode levar a complicações graves e a síndrome de Felty que é uma condição associada à AR que envolve esplenomegalia e leucopenia.

A AR pode levar a uma significativa perda de funcionalidade, afetando a capacidade de realizar atividades diárias. Ela está associada a um aumento da mortalidade, principalmente devido a complicações cardiovasculares e infecções.

Assim, a AR é uma condição complexa que requer um manejo cuidadoso e multidisciplinar para minimizar suas complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento deve ser individualizado e pode incluir medicamentos anti-inflamatórios, modificadores do curso da doença e terapias físicas.

Conforme o MS-PCDT: Artrite Reumatóide e Artrite Idiopática Juvenil, há poucos estudos de prevalência de AR na América Latina. No México, um estudo revelou a prevalência geral de 1,6%, com maior frequência entre as mulheres.

No Brasil, um estudo realizado em Minas Gerais encontrou prevalência de 0,46%. A AR é mais frequente em mulheres e na faixa etária de 30 a 50 anos, com pico de incidência na quinta década de vida.

Todavia, o histórico familiar de AR aumenta o risco de desenvolvimento da doença de 3 a 5 vezes. Estudos genéticos demonstraram a importância do HLA-DRB 1, HLA-B e HLA-DPB1, JAK-STAT, NF-kB e sinalizadores de receptores de células T na regulação imunonológica.

Nas duas últimas décadas, avanços significativos em estudos moleculares e celulares têm elucidado o processo inflamatório da AR, como a identificação de citocinas que direcionam a inflamação sinovial crônica (por exemplo, TNF-a, IL-1 e IL-6). Consequentemente, inúmeras terapias biológicas direcionadas para alvos específicos têm adicionado mais opções terapêuticas para os doentes que se tornam refratários a tratamentos anteriores.

Além disso, avanços no diagnóstico e no monitoramento da atividade da doença favoreceram a identificação precoce e o tratamento oportuno nas suas fases iniciais, reduzindo a destruição articular e melhorando os resultados terapêuticos. Na prática médica, o tratamento visando, principalmente, à remissão ou baixa atividade da doença em pacientes com AR de início recente (menos de 6 meses de sintomas) tem melhorado significativamente esses resultados.

A identificação da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à atenção primária um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos.

Este protocolo visa a estabelecer os critérios diagnósticos e terapêuticos da artrite reumatoide, e sua elaboração seguiu as recomendações das Diretrizes Metodológicas para Elaboração de Diretrizes Clínicas, do Ministério da Saúde, que preconiza o uso do sistema GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Developmentand Evaluation), que, por sua vez, classifica a qualidade da informação ou o grau de certeza dos resultados disponíveis na literatura em quatro categorias (muito baixo, baixo, moderado e alto). O GRADE-Adolopment foi usado para adaptar as diretrizes do American College of Reumathology ao contexto brasileiro.

Neste processo, foram priorizadas as questões referentes ao tratamento medicamentoso da AR de início recente e da AR estabelecida. Os desfechos de interesse foram: atividade e progressão da doença; qualidade de vida; incapacidade funcional; efeitos adversos gastrointestinais; efeitos adversos graves; infecções graves; e hepatotoxicidade.

Os estudos selecionados foram sumarizados em tabelas de evidências na plataforma GRADEpro. A partir disso, o grupo elaborador do PCDT, composto por metodologistas e especialistas no tema, elaborou recomendações a favor ou contra cada intervenção.

 

Artigo atualizado em 04/11/2025 09:17.
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