Publicado em 03 mar 2020

A relevância do varejo regional de supermercados para a economia brasileira

Redação

Para que que o consumo continue sendo relevante para a economia brasileira e o varejo impulsione o desenvolvimento regional, os grupos varejistas precisam continuar a investir em inovação, tecnologia e treinamento da equipe.

varejo2Fernando Gambôa, Paulo Ferezin, Estela Zanata e Pedro Fagundes

Notícias recentemente publicadas na imprensa revelam que o consumo das famílias brasileiras, responsável por quase dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, tem sido o principal motor da aceleração da atividade econômica do segundo semestre deste ano. Se for mantido esse ritmo em 2020, a expectativa é que este seja o principal responsável para o retorno do Brasil aos níveis verificados antes da recessão.



Esse movimento está alinhado a dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que revelou recentemente que o setor supermercadista brasileiro faturou R$ 355,7 bilhões em 2018, representando 5,2% do PIB, contemplando mais de 89 mil lojas e 1,8 milhão de funcionários. A associação também destaca que o Brasil é o país do varejo de supermercados, contando tanto com mercadinhos familiares de bairro como com cadeias com força regional. Mais da metade (60%) dos varejistas que mais cresceram comercializam alimentos.

Entre as dez companhias que mais abriram lojas, sete são do segmento alimentar, o que revela a resiliência do varejo de supermercados à crise. No Estado de São Paulo, que inclui capital, litoral e a força do interior, com cidades importantes como Campinas, Bauru, Ribeirão Preto, São José dos Campos, São José do Rio Preto e Jaú, entre outras, é marcante a liderança econômica, com empresas que contribuíram com 27,8% do faturamento do setor supermercadista em 2018.

Além disso, entre os dez supermercadistas líderes do ritmo de inaugurações em 2018, nenhuma rede tem mais que 40 lojas, sinalizando o vigor dos negócios regionais, muitos deles constituídos por empresas familiares, que desde sempre praticaram maior proximidade e trato personalizado, e que, agora, precisam também investir em uma melhor experiência do consumidor. Em se tratando de empresas familiares brasileiras, a maioria (70%) está confiante sobre a situação econômica do próprio negócio nos próximos três anos. O dado é da pesquisa “Retratos de família”, conduzida por KPMG e Fundação Dom Cabral com 217 empresas familiares de 19 estados do Brasil.

Outro dado relevante é que o Sudeste é a região preferida das empresas familiares brasileiras que planejam expandir seus negócios nos próximos três anos, tendo sido citada por 44% dos entrevistados destas organizações, uma evolução já que o Sudeste atingiu 34% das preferências em 2017 e apenas 2% em 2016. Esta pesquisa também revelou, sobre o item expansão geográfica, que em 2016 apenas 27% pretendiam atuar fora das atuais localidades, índice que saltou para 75% na última edição da pesquisa, sendo consideradas mais atrativas as regiões Sudeste (44%), Nordeste (29%) e Centro-Oeste (29%), seguidas pelas regiões Sul (24%) e Norte (16%).



Para que que o consumo continue sendo relevante para a economia brasileira e o varejo impulsione o desenvolvimento regional, os grupos varejistas precisam continuar a investir em inovação, tecnologia e treinamento da equipe. Em um mundo altamente competitivo e globalizado, antecipar tendências e criar experiências personalizadas fará cada vez mais diferença para fidelizar clientes e alavancar negócios.

Fernando Gambôa é sócio líder de consumo e varejo da KPMG no Brasil; Paulo Ferezin é sócio líder de varejo da KPMG no Brasil; Estela Zanata é sócia de impostos da KPMG no Brasil; e Pedro Fagundes é gerente sênior da KPMG no Brasil - gabrielle.fonseca@viveiros.com.br
Artigo atualizado em 17/03/2020 08:46.

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