A terapia da linfangioleiomiomatose
Redação
A linfangioleiomiomatose (LAM) é uma doença sistêmica rara que afeta principalmente mulheres jovens, podendo ocorrer esporadicamente ou como parte do complexo de esclerose tuberosa.

A linfangioleiomiomatose (LAM) é uma doença sistêmica rara que afeta principalmente mulheres jovens, podendo ocorrer esporadicamente ou como parte do complexo de esclerose tuberosa. O tratamento e acompanhamento dessa condição são regidos por diretrizes específicas. Ele pode incluir os inibidores da mTOR ou os medicamentos que atuam na via de sinalização mTOR, que está desregulada na LAM; e as drenagens percutâneas para os acúmulos quilosos sintomáticos.
Importante ter um monitoramento contínuo com as avaliações regulares da função pulmonar e outros sintomas. Para inclusão no protocolo de tratamento, os pacientes devem ter mais de 18 anos; apresentar pelo menos um dos seguintes critérios: VEF1 inferior a 70% do predito, declínio funcional com pelo menos três medidas de VEF1 ao longo de, no mínimo, seis meses e presença de acúmulos quilosos sintomáticos.
O diagnóstico deve ser baseado em suspeita clínica, resultados de tomografia de tórax com alterações características e presença de angiomiolipomas renais ou linfangioleiomiomas. O acompanhamento é crucial para detectar a progressão da doença e ajustar o tratamento conforme necessário. As consultas devem incluir anamnese, exame físico e avaliação de exames complementares.
No MS-PCDT: Linfangioleiomiomatose de 2025 consta que a linfangioleiomiomatose (LAM) é uma doença sistêmica rara, que afeta principalmente mulheres jovens, ocorrendo esporadicamente ou como parte do complexo de esclerose tuberosa (TSC - tuberous sclerosis complex). Em ambos os casos, a LAM está associada à inativação mutacional dos genes supressores de tumor TSC1 e TSC2.
Os genes TSC1 e TSC2 codificam duas proteínas, hamartina e tuberina, que juntas inibem a mTOR (Mammalian target of Rapamycin), um importante regulador do crescimento, proliferação e sobrevida celular. Dessa forma, acredita-se que a deficiência de tuberina e hamartina gera desregulação na via de sinalização mTOR sendo a causa da proliferação anormal das células LAM.
A LAM é caracterizada pela proliferação anormal de células do músculo liso (células LAM) que crescem de maneira aberrante nas vias aéreas e linfáticas, espaço parenquimatoso dos pulmões e vasos sanguíneos, gerando lesões pulmonares císticas, cistos contendo fluido linfático, espessamento das paredes vasculares, rompimento linfático e oclusão venosa, levando ao estreitamento das vias aéreas e pneumotórax. A LAM é geralmente agressiva e pode levar a insuficiência respiratória..
A LAM apresenta-se como de dois tipos: LAM esporádica (S-LAM, não hereditária), causada por mutações somáticas do gene TSC2; e LAM associada ao complexo da esclerose tuberosa (TSC-LAM, hereditária) que é um distúrbio autossômico dominante causado por mutações no TSC1 ou TSC2 e caracterizado por retardo mental, autismo, convulsões e lesões hamartomatosas no cérebro, coração, pele, rim, olhos, pulmões e fígado.
Além das manifestações pulmonares, a LAM tem manifestações extrapulmonares, como adenomegalias retroperitoneais, angiomiolipomas renais, linfangiomiomas e derrames quilosos. A identificação da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à atenção primária um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos.