Publicado em 08 set 2020

A Qualidade dos veículos para o transporte público coletivo

Redação

Os problemas de mobilidade urbana brasileiros decorrem das questões urbanísticas, relacionadas a um modelo de cidades espraiadas e monocêntricas, com uma infraestrutura de transporte que privilegia o uso do automóvel em prejuízo dos meios de transporte coletivos e não motorizados. Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o maior desafio está nas grandes cidades do país. As regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Distrito Federal, Fortaleza, Recife, Salvador, Curitiba, Goiânia, Campinas, Manaus, Belém, Vitória e Baixada Santista concentram 44% da população urbana e 80% da população metropolitana brasileira. Juntas, elas reúnem mais de 70% das pessoas que levam mais de duas horas no deslocamento casa-trabalho, com um tempo médio de 43 minutos gastos nesse trajeto (50 minutos, aproximadamente, em São Paulo e Rio de Janeiro). O transporte é um direito social previsto no art. 6º da Constituição Federal. Além disso, é fundamental para que o cidadão tenha acesso a outros direitos sociais, como saúde, educação, trabalho e lazer. Por consequência, a tarifa cobrada por esse serviço deve ser módica. No entanto, a conjunção da modicidade tarifária com o elevado custo de implementação de infraestrutura para o setor faz com que o investimento não se pague apenas com as receitas tarifárias arrecadadas. Para que se tenha ideia, a implantação de 1 km de bus rapid transit (BRT) pode custar até R$ 90 milhões, e de 1 km de metrô, R$ 900 milhões. Além disso, o tempo de maturação dos projetos é longo, envolvendo o planejamento, a elaboração de projetos, o licenciamento, a licitação, a contratação, a execução e a prestação de serviço, e o momento é de retração na demanda - decorrente do desemprego e queda da atividade econômica dos últimos anos, com impacto direto sobre a receita operacional dos sistemas. Conheça os requisitos mínimos para as características construtivas e os equipamentos auxiliares aplicáveis nos veículos produzidos para operação no transporte coletivo urbano de passageiros, de forma a garantir as condições de segurança, conforto, acessibilidade e mobilidade aos seus condutores e usuários, independentemente da idade, estatura e condição física ou sensorial.

Hayrton Rodrigues do Prado Filho – 

Conforme dados do BNDES, a mobilidade nas cidades brasileiras de médio e grande porte tem se caracterizado pela utilização cada vez mais ineficiente do espaço público em decorrência do aumento do uso do transporte individual motorizado – os automóveis e as motocicletas – e da redução da participação do transporte público coletivo. Como resultado, ocorrem o aumento do congestionamento do tráfego, da emissão de gases poluentes e do efeito estufa, do número de acidentes de trânsito, dos custos dos transportes e a incapacidade de atender satisfatoriamente as necessidades de locomoção da população.

Os custos dos acidentes de trânsito e da poluição foram estimados em R$ 26,1 bilhões para as cidades com mais de 60 mil habitantes. Apenas 20% desses custos estavam relacionados com os sistemas de transporte coletivo, enquanto 80% deles, com o transporte individual motorizado. Nesse contexto, é necessário repensar o modelo vigente dando maior prioridade ao transporte não motorizado e ao transporte público, promovendo a qualidade dos serviços e desestimulando o uso do transporte individual motorizado.

Geralmente as redes de transporte público são compostas por linhas estruturais e alimentadoras, onde as linhas estruturais (principais ou troncais) são receptoras da demanda captada pelas linhas de acessibilidade aos bairros (linhas alimentadoras). Forma-se, então, um sistema tronco-alimentado, conceito de red...

Artigo atualizado em 08/09/2020 04:58.

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