O toque humano que muda a história das marcas
Redação
A capacidade das marcas tocarem verdadeiramente as pessoas existe. Mas está em descompasso com a construção de futuros que conversem com realidades e necessidades de diferentes pessoas. Há algo além dos números que indicam onde e como ocorre o consumo, estimulados pelo marketing de performance e suas métricas que ampliam o papel dos usuários e diminuem a importância humana.
Ivan Scarpelli –
A poeta e tradutora Anne Carson tem o costume de dizer que a tarefa humana mais difícil é a do toque. O toque tem como princípio proximidade e afeto. Muitas vezes, é verdade, promove resistência, mas isso também é um indicativo importante. Tocar e ser tocado é um exercício de expectativas, limites e permissões entre individualidades e suas vontades.
Penso que o mesmo ocorre entre marcas, suas ofertas e seus consumidores. Há uma relação delicada entre estes mundos e um desequilíbrio latente nessa relação hoje: o toque das marcas parece agora longe de representar e auxiliar no crescimento pessoal de seus consumidores.
Nossa pesquisa realizada com 470 brasileiros entre 18 e 54 anos revela que as pessoas esperam o apoio das marcas no desenvolvimento de suas relações familiares e no crescimento das mulheres na sociedade. Também aponta que as tecnologias ocupam um papel fundamental para seus futuros.
A contrapartida é a incapacidade dos entrevistados em dar nome para as marcas que poderiam lhes representar, seguida da descrença sobre os efeitos dos avanços tecnológicos em suas vidas nos próximos a...