Publicado em 21 out 2025

O protocolo clínico da osteoporose

Redação

A osteoporose é uma doença metabólica caracterizada pela diminuição da massa óssea e pela deterioração da sua microarquitetura, com consequente aumento da fragilidade óssea e da suscetibilidade a fraturas. Além delas, as complicações clínicas da osteoporose incluem dor crônica, deformidade, redução da mobilidade, piora da qualidade de vida e aumento da mortalidade.

O protocolo clínico para a osteoporose estabelece os critérios de diagnósticos e terapêuticos para a condição, visando melhorar o manejo e os resultados para os pacientes. A osteoporose é uma doença metabólica caracterizada pela diminuição da massa óssea e deterioração da microarquitetura óssea, aumentando a fragilidade e o risco de fraturas.

O diagnóstico é baseado na evidência de fraturas por fragilidade e na avaliação da densidade mineral óssea (DMO) por meio de densitometria. A osteoporose é classificada em várias categorias, como osteoporose pós-menopáusica, osteoporose induzida por drogas, entre outras.

O diagnóstico clínico baseia-se na presença de fraturas por fragilidade e na avaliação da DMO. Os exames laboratoriais são realizados para investigar causas secundárias de osteoporose. Radiografias são indicadas para identificar as fraturas vertebrais.

Os pacientes com suspeita ou confirmação de osteoporose devem atender a pelo menos um dos seguintes critérios: fraturas maiores ou de baixo impacto; e densitometria com T-escore = -2,5. O tratamento envolve medidas não medicamentosas e medicamentosas, incluindo exercícios físicos e prevenção de quedas., sendo indicado os bisfosfonatos (como alendronato e ácido zoledrônico), moduladores seletivos do receptor de estrogênio (raloxifeno), e agentes anabólicos (teriparatida).

A densitometria óssea deve ser realizada inicialmente e repetida a cada 1 a 2 anos. A adesão ao tratamento deve ser monitorada regularmente. O protocolo enfatiza a importância da identificação precoce e do tratamento adequado da osteoporose para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir o risco de fraturas.

Segundo o MS-PCDT: Osteoporose, estima-se que aproximadamente 50% das mulheres e 20% dos homens com idade igual ou superior a 50 anos sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida. Além das fraturas, as complicações clínicas da osteoporose incluem dor crônica, deformidade, redução da mobilidade, piora da qualidade de vida e aumento da mortalidade.

A fratura de quadril é considerada a mais grave, com aumento da taxa de mortalidade em 12% a 20% nos dois anos seguintes à fratura. Entretanto, outras fraturas vertebrais e não vertebrais também podem ocorrer e trazer limitações físicas, interferindo na qualidade de vida do paciente.

A presença de determinadas condições nas primeiras décadas de vida com o potencial de interferir na saúde óssea pode determinar o risco de osteoporose de um indivíduo. Durante o crescimento e desenvolvimento, o esqueleto passa por um processo complexo de formação e reabsorção óssea, que inicia na vida fetal e continua até a fusão epifisária ao final da segunda década de vida, determinando a forma adulta dos ossos.

A massa óssea é adquirida lentamente durante a infância, seguida por uma aceleração significativa nos primeiros anos de puberdade. O pico de aquisição de massa óssea usualmente ocorre aos 12 anos em meninas e aos 14 anos em meninos, logo após o pico de crescimento.

Nos anos seguintes até o final da adolescência, cerca de 95% da massa óssea adulta estará formada. Estima-se que aproximadamente 60% a 80% da massa óssea seja determinada geneticamente, enquanto fatores ambientais e hormônios sexuais modulam os 20% restantes.

Entre os fatores ambientais que podem afetar o pico de massa óssea estão ingestão de cálcio, níveis de vitamina D, prática de atividade física, medicamentos e comorbidades. A otimização do pico de massa óssea, com condições ambientais favoráveis, pode prevenir ou retardar o desenvolvimento de osteoporose nos anos seguintes.

Devido à elevada prevalência, a osteoporose representa um sério problema de saúde pública. Estima-se que afete mais de 200 milhões de pessoas no mundo e, aproximadamente, 30% das mulheres nos Estados Unidos e na Europa.

No Brasil, dados epidemiológicos do estudo BRAZOS (Brazilian Osteoporosis Study), que incluiu 2.420 indivíduos com mais de 40 anos oriundos de várias regiões do país, mostraram que fraturas de baixo impacto foram identificadas em 15,1% das mulheres e 12,8% dos homens avaliados, sendo os principais sítios de fratura o antebraço distal (30%), quadril (12%), úmero (8%), costelas (6%) e coluna (4%). Não foram observadas diferenças significativas dessas fraturas em relação ao gênero e à classe social, mas houve maior incidência de fraturas nas mulheres das regiões metropolitanas quando comparada às da área rural.

A maioria dos pacientes com fratura osteoporótica prévia desconhecia a condição de fragilidade óssea associada ao diagnóstico de osteoporose. Estudo conduzido em São Paulo, em indivíduos com mais de 65 anos, mostrou a incidência de fraturas vertebrais morfométricas em 17,1% das mulheres e 13,2% dos homens, das quais 7,6% e 5,4% eram moderadas a graves, respectivamente.

Nessa população, foi observada a associação entre fraturas vertebrais e piores escores de qualidade de vida, particularmente no domínio de desempenho físico. Em uma cidade do sul do Brasil, uma análise de todas as internações por fratura de quadril entre 2010 e 2012 verificou uma incidência anual de 268 casos/100.000 mulheres e 153 casos/100.000 homens, com taxa de mortalidade hospitalar de 7,5%, sendo de 25% nos 12 meses seguintes ao evento.

A osteoporose pode ser classificada em primária ou secundária, conforme sua etiologia. A forma primária, mais comum, é diagnosticada na ausência de doenças ou outras condições associadas à fragilidade óssea. Nesses casos, a perda de massa óssea é atribuída ao processo de envelhecimento ou pós-menopausa.

Artigo atualizado em 20/10/2025 09:14.
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