Publicado em 23 nov 2021

A indústria, a inovação e as possibilidades para o desenvolvimento brasileiro

Redação

Quando se fala em inovação é muito comum pensarmos de imediato em ciência e pesquisa básica, cujo produto, depois de uma série de desenvolvimentos experimentais, chega à etapa de produção. Essa visão linear do processo acaba por não colocar foco sobre as diversas interações, feedbacks e acúmulos de conhecimento necessários para alcançar a inovação, bem como sobre o principal ponto: que ela só ocorre de forma completa quando há efetiva demanda e uso, seja público ou privado.

Ana Cristina Rodrigues da Costa – 

A capacidade de inovar, ou de ser inovador, não pode prescindir da existência de conhecimento acumulado em esforços, pesquisas e interações intrafirma e interfirmas, e com o ambiente institucional existente para pesquisa e desenvolvimento (P&D). Dada sua relevância como mecanismo de aprendizado (a engenharia reversa, por exemplo, foi uma prática deliberada de muitos países para internalizar conhecimento), esses processos criam as condições para o desenvolvimento das capacidades de absorção e, portanto, das capacitações para inovar.

Ao mesmo tempo, é crucial mencionar que não se pode abdicar de uma visão de demanda agregada – seja de governo, como nas encomendas tecnológicas em saúde e defesa, por exemplo, seja do setor privado, como no caso das empresas de média e baixa tecnologia ou das empresas exportadoras. Inovação e indústria possuem laços indissociáveis.

Conforme Miguez et al (2018), o processo de industrialização foi o alicerce que permitiu o desenvolvimento de diversos países, fazendo com que novos mercados surgissem, a produtividade se elevasse e a renda per capita au...

Artigo atualizado em 23/11/2021 05:59.

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