As propriedades das fibras capilares tratadas com alisante ácido
Redação
Um estudo da farmacêutica Alessandra Mari Goshiyama, com o tema na dissertação de mestrado Avaliação das propriedades das fibras capilares tratadas com alisante ácido com diferentes valores de pH, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, comprovou a importância da formulação adequada dos compostos usados na escova progressiva. A pesquisa revela que produtos mais ácidos tem maior durabilidade, porém, seus efeitos para a fibra capilar são também mais graves. Isso porque, para chegar à aparência desejada, a estrutura interna do fio é danificada.
A pesquisadora Alessandra Mari Goshiyama ao lado da máquina que mede a penteabilidade da mecha (Foto da pesquisadora)
Da Redação –
Alessandra Mari Goshiyama explica que as fórmulas mais ácidas garantem maior brilho e alisamento pois selam mais as cutículas, estruturas externas do fio de cabelo. Porém, o dano é maior. A modificação da estrutura interna é disfarçada pela formação de um filme em torno do fio, responsável pelo brilho que a escova dá ao cabelo. Mas o mesmo filme propicia o ressecamento e a quebra do fio.
No teste de penteabilidade, em que mechas padronizadas passaram por um pente com diferentes resistências, as mechas tratadas com produtos mais agressivos realmente eram mais lisas. Mas, em outro ensaio de resistência do fio, a pesquisadora percebeu que essas amostras se tornaram mais fracas e suscetíveis à quebra, pois perderam sua elasticidade natural. “O produto forma compostos não ideais no cabelo e modifica a alfa-queratina, aminoácido essencial da fibra capilar”, escreve ela.
Em outras avaliações, a pesquisadora constatou que até o córtex – a estrutura mais interna da fibra capilar – sofreu modificação. Como o fio é encapado, esses danos se tornam quase irreversíveis, porque os tratamentos...