As lições aprendidas com as crises de grandes empresas brasileiras
Redação
As recentes crises enfrentadas por grandes corporações brasileiras começaram pela Americanas. Em seguida, Oi, Marisa, Nexpe (antiga Brasil Brokers) e Tok & Stok se juntaram à lista de empresas com dificuldades para pagar dívidas, reestruturar-se ou buscar a recuperação judicial. Por trás dessas crises, uma combinação de fatores agrava problemas operacionais e de gestão.
Benito Pedro –
Entre os diversos fatores que contribuem para essa situação, o principal elemento é o aumento das taxas de juros, que encarece o crédito. A taxa básica, Selic, determinada pelo Banco Central, saltou de 2% no início de 2021 para 13,75% em agosto de 2022 e permanece nesse patamar.
Além disso, a lenta retomada do consumo, impactada pela inflação e pela perda de renda da população, já altamente endividada, reduziu os lucros das empresas. Por fim, a incerteza em relação à política fiscal do novo governo compromete a confiança dos investidores, segundo especialistas.
As empresas do setor varejista têm sido particularmente afetadas, uma vez que a recuperação das vendas não está ocorrendo na medida necessária para gerar fluxo de caixa suficiente para pagar as dívidas atuais, incluindo aquelas adiadas nos últimos anos. Com o aumento dos juros, os custos se tornam ainda mais onerosos.
O mercado brasileiro, assim como ocorreu em muitos países ao redor do mundo, tem enfrentado dificuldades para se recuperar pós-pandemia, além das oscilações relacionadas à conjuntura política e econômica global. Os princip...